Marta Rossi, diretora do Festuris, recorda que o primeiro troféu recebido pelo Festival foi através de Pedro Torre. “Ele, vivendo um dos melhores momentos da carreira, foi o responsável por fazer a apresentação do Festival ao demais integrantes do trade e nós nunca vamos conseguir dizer um adeus à altura”. Ele recebeu o troféu Amigo do Festival, honraria concedida às pessoas que de alguma maneira propiciaram a realização do evento e acabou fazendo aqui a sua despedida o trade, na 22ª edição do Festuris, em novembro último, como jornalista convidado da organização.
Pedro Torre foi, por muitos, anos assessor do presidente da VASP, Wagner Canhedo. Atuou como Presidente da Seccional da Ordem dos Jornalistas do Brasil -OJB - em Brasília e atualmente era o Diretor-Editor do Jornal San Marco. Como homenagem, o Festival envia as palavras escritas por outro amigo, o jornalista Carlos Casaes, da Bahia.
PEDRO TORRE, um aficionado da palavra e da imagem
Pedro Torre foi um profissional fiel, por toda a vida, ao seu destino. Já ainda muito jovem, deu-se de paixão pela fotografia e pela notícia. Circulou por meio mundo, flagrou guerras e festas, inseriu-se no rol dos grandes correspondentes, desempenhou seus encargos nas maiores agências noticiosas. Foi um guerreiro.
Até os seus últimos instantes, não traiu a sua opção profissional.
Mesmo combalido, já com o desfecho último lhe rondando, não se negou a documentar, na lente e na memória, a excelência do Festival de Turismo de Gramado.
Foi a jornada final.
Não sei se fui premiado ou se me fora destinado o infortúnio. Fato é que, ao lado de inúmeros outros companheiros, privei talvez dos últimos instantes de lucidez, de atividade, de sua ação.
Já no aeroporto de Porto Alegre, ao chegar, foi o primeiro contato que tivemos eu e Tereza. Ainda ali, ele me confidenciava que, na noite anterior, teve que buscar refúgio em hospital, pois não estivera com a saúde em equilíbrio. Dizia-se com a vitalidade, no entanto, recuperada.
Em todos os momentos em que nos encontramos em Gramado, preocupei-me com o seu estado geral. Parecia sob controle. Até porque participou de quase toda a programação.
Mas foi no aeroporto de Porto Alegre, mais uma vez, e no retorno, que vislumbrei o seu estado extremamente depressivo. Ja não lhe identificava a vitalidade tranqüila de sempre.
A voz quase não lhe fazia comunicar. Novamente febril, os lábios lacerados, contornavam uma debilidade preocupante. Temi, então, pois ele se encontrava sozinho, sem a companhia do sobrinho que havia seguido a Brasília em outro vôo.
De retorno, já em Salvador, busquei informações em contato telefônico, e fui informado de que, desde que chegara, fora hospitalizado e o seu estado requeria cuidados.
Levantou-se em casa a expectativa. Temíamos o final.
Periodicamente buscávamos atualização de informações. Nada alentador.
Até que, pouco após o seu desenlace, fui informado.
E chorei na solidão dos meus devaneios.
Mais um companheiro dileto, um “irmão” abandonava o barco e nos deixava desprovidos do seu brilho.
Mesmo na desgraça, buscamos consolo em idéias e afirmações. E é o fato de termos tido o privilégio da companhia de Pedro Torre por tantos anos que nos reanima.
Se outras “Noites de Gala do Turismo Brasileiro” prosperarem com o fulgor do CATAVENTO DE PRATA, um espaço estará vago, para cultuarmos a memória querida do amigo que nos afagou tanto.
Descanse, companheiro. Seu perfil estará sempre inspirando o que resta a todos nós de estrada.
CARLOS CASAES

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